A LAUGH TO CRY

LABORATÓRIO NEW OP-ERA: ÓPERAS EM PALCO

7, 8 e 9 de Abril | 19h30

10 de Abril | 17h30

09 de Abril | 17h30 Conversa com Miguel Azguime e Pedro Boléo “ a música transforma o nosso tempo” em torno da ópera A Laugh To Cry


Pedro Neves direcção
Camila Mandillo soprano
Andrea Conangla soprano
André Henriques baixo barítono
Miguel Azguime recitante
Jade Mandillo recitante

Sond’Ar-te Electric Ensemble

Sílvia Cancela flauta
Nuno Pinto clarinete
Vítor Vieira violino
Jorge Alves viola
Luís André Ferreira violoncelo
Francisco Cabrita piano
João DIas percussão

Miguel Azguime libreto, música
Paula Azguime encenação
Andre Bartetzki live electronicsdirecção tecnológica
Perseu Mandillo VFX & 3D, fotografia 
Margarida Moreira luz
Miso Studio técnica

A Laugh to Cry com música e libreto multilíngue de Miguel Azguime é um teatro metafísico que põe em música e em cena arquétipos humanos eternos. 


Reflectindo sobre a devastação da Terra, sobre a barbárie da guerra, sobre a destruição da Natureza, sobre o poder hegemónico do “mercado” e a aniquilação das culturas, sobre o desenvolvimento “infinito”, sobre a perda da memória civilizacional, especula e confronta-nos com o possível colapso da humanidade mas também com o seu eventual renascimento.


A ópera desenvolve-se na orla entre o sonho e a realidade, entre o visível e o invisível. Está dividida em várias secções nas quais cinco personagens, representados por dois sopranos, um baixo/barítono e dois narradores (um feminino e outro masculino), vivem e agem numa alternância constante entre esses dois estados. 


Para além destes 5 intérpretes, intervêm 7 instrumentos acústicos: flauta, clarinete, violino, viola, violoncelo, piano e percussão e ainda meios electrónicos em tempo real. A encenação assenta em projecções vídeo múltiplas construídas em simbiose a partir da música e do texto.

A Laugh to Cry is a metaphysical theatre embodying eternal archetypes with music and multilingual libretto by Miguel Azguime.  

Reflecting on the devastation of the Earth, on the barbarism of war, on the destruction of Nature, on the hegemonic power of the “market” and the consequent annihilation of cultures, on the loss of civilisational memory, he speculates and confronts us with the possible collapse of humanity but also with its eventual rebirth.

LIBRETTO

à memória do meu pai


Parte 1

PRÓLOGO


Parte 2

AO CREPÚSCULO

Ao crepúsculo 
na brecha entre os mundos 
separam-se as águas somente detidas ainda pela memória do rio a correr 
ultrapassando as velocidades conhecidas 
a da luz e as outras 
a premonição da luz naqueles momentos sombrios 
pelo mar adentro do corpo com o corpo à flor da pele 
a ver 
no mesmo escuro inquietante e opaco lugar que luz 
incerto na demanda que o conduz 
velar-se para a descoberta da ideia remanescente 
reminiscência da mente que percorre a traços largos 
com as mãos tacteando o fundo (do mundo) que agora jaz 
nem preto nem branco 
um cinzento frio de cor parada mas de freio nos dentes 
para largar e partir a qualquer momento 
a vontade e a sede de beber o que nos falta 
e nos deixa a sonhar 

Parte 3

FAZ UM TEMPO
Faz um tempo que faz tempo não fazia 
o tempo presente 
está mau tempo nesta delonga 
o tempo esgota-se e perde o tempo 
nas irregularidades do vaguear
e suspende-se no vagar da cadência periódica dum silêncio 
temporalmente demora
ora calado
ora oralmente
na passagem dum temporal:
[agem] ventos de rajada
[raga das] horas alterosas 
[adaga dos] dilúvios de emoção
depressões fortes
descidas de temperamento
mudanças de pressão

Escorre por entre as mãos a ficar velhas com o tempo a fazê-las 
compostas no equilíbrio das linhas de vida e demarcação 
suspensas nos fios manipuladas mãos por mãos 
no tempo instável de reencontrar na origem que nos espera 
quem desate o nó que nos prende e nos dota 
das previsões lógicas do mistério do tempo 

Parte 4

Intermezzo - A LAUGH TO CRY

Parte 5

DÉVELOPPEMENT
Il se développe un développement qui produit un sous-développement 
et qui se déploie et qui s’étale et qui s’accroit et qui s’étend et qui s’amplifie

Il se développe un développement qui ment 
il se développe un développement qui nous instruis à mentir 
il se développe un développement qui nous instruis a séparer les choses 
il se développe un développement qui nous instruis à ne pas relier les choses 
il se développe un développement qui nous instruis à seul considérer additions et multiplications de colonnes de chiffres à leur propres fins 
il se développe un développement qui nous instruis à nous enfoncer dans la matière jusqu’a l’écrasement 

Il se développe un développement qui efface les mots 
les mots communs 
les mots qui aiment 
les mots d’autrui 
les mots solides 
les mots des aires 

Le mot…
Désert


Il se développe un développement qui produit un sous-développement qui se déploie et qui s’étale et qui s’accroit et qui s’étend et qui s’amplifie
qui se déploie qui s’étale qui s’accroit qui s’étend qui s’amplifie
se sé sa sé sam, se sam sé sé sa, sé sé sa se sam, sé sa sé se sam, sa sam sé se sé, ...

Hégémonique supérieur prépondérant prééminent prépotent autocratique sous-développé en développement et le développement doit s’accroître de pourcentages certains d’incertitude (pour cent âges) et toujours démentis qui se développent (déments) en sous développant

Le développement infini nous tue 
le développement infini nous tue dans le fini 
dans le fini il suicide l’humanité 
en déferlante accélération il a perdu l’équilibre et surfe un rouleau vers le suicide 
il se développe un développement qui provoque un envahissement 
surviennent des milliards d’affamés écartelés déchirés dépouillés oppressés suffoqués étouffés étranglés exténués brisés détruits 
bannis dans un fini qui nie et exclu 

La terre exterminée 
les cultures terrassées 
les étoiles effacées 
la matière éteinte 
le savoir tué 
l’art tué 
le vivre tué

Vers l’abîme
imbu ainé perpètre la descente 
jusqu’a sombrer dans la léthargie finale d’un vide insondable et tragique
Engloutissement sans précédent 
miasme du souffre 
et l’errance prédite de la mémoire
La souffrance en avalanche nous couvre désormais 
et noie dans l’aven profond l’espérance insolvable 
vers la destruction plaine
nulle haine
ni plus aveux ni pénitences en solution

Et ils surviennent des milliards d’affamés écartelés déchirés dépouillés oppressés suffoqués étouffés étranglés exténués brisés détruits


Nous avons perdu la vue 
nous avons perdu le goût 
nous avons perdu l’amour
nous avons perdu les enfants 
nous avons perdu les ancêtres 

nous avons perdu le corps 
nous avons perdu la mémoire 
nous avons perdu les cultures 
nous avons perdu la communauté 
nous avons perdu l’histoire 
nous avons perdu 
nous avons perdu 
nous avons perdu 
nous avons perdu 

perdu perdu per du pèr du père du père du pèr du pe dupe dupe nous nous nous 

nous avons gagné le mal d’être!

On a tué le présent l’on meurt dans le passé et l’avenir n’existe plus

Parte 6

EM TRÂNSITO
Por definição o que transita é transitório 
e o trânsito não leva a lugar nenhum 
é um repositório em transe  para comunicar com outros lugares comunicantes entre si 
a teoria dos vasos assegura um nível constante por onde fluímos 
espaços de confronto do tempo com as ideias 
estados de permanência dinâmica 
equilíbrios por apurar 
até que a proporção se inverta e deixe lugar à transigência 
exaltação que termina em agonia 
e se apaga por fim num trágico lugar vazio

Parte 7

LA MORT
La mort en porte à faux 
ultime et première 
triomphale sur tous 
sentencieuse sur tout 
la chaleur permutée en froid 
le souffle inversé en pestilence 
désintégration de toutes les composantes de l’être 
anéantissement de l’ensemble 
ni plus vestiges de décombres 

Parte 8

DÉPASSER L’HISTOIRE
Il faut dépasser l’histoire 
sans déchoir dans le probable 
qui dévale en pente raide vers l’hystérie de guerre et les barbaries perpétuées
celle du fond des âges qui mutile, détruit, torture, massacre
et celle du présent consommé
du froid de l’hégémonie du calcul sur les vies humaines

Parte 9

ENVELOPPEMENT
Enveloppés dans un linceul qui nous change en chrysalide 
le développement inverse est un enveloppement libérateur 
tout envelopper pour tout transformer 
de l’intérieur détruit et reconstruit s’élabore un message pas encore formulé 
comment par un bout commencer 
dénoncer l’énoncé du commencement en semence due 
l’enveloppe découvre un corps secret autrement identique 
une nouvelle origine sur le chemin de la voie

Parte 10

SUBTLE ENERGY EXCHANGE
A void is to reveal the complete fulfilment accomplished realized achieved 
performed to your satisfaction and contentment 
but without neither goal nor aim nor objective nor purpose 

Mediating a transcription by simply dictating timelessly seated
conducting the communion between earth and sky
no-mind condition 
full body commotion 
what’s alive and percolating now just with the flow 
what emerges and erupts all boundaries dissolved 
Subtle Energy eXchange

expanding extending increasing releasing broadening spreading out and weaving
embracing entwining interlacing zigzagging knitting merging and reconciling
all energies into a fused whole 
such an altered state
makes us float upon a cloud of supreme joy

There are times 
just a hand crawling skin on a snake mind 
letting the pleasure in 
getting in close touch 
whispering desire to drown into (ecstatic) fire

Parte 11

LES RÊVEURS
Les rêveurs conjuguent unité et différence 
dans un accord du verbe qui voit de toutes les couleurs 
ils assemblent dans la transmutation les pensées qui se repoussent 
capables de tout rêver et de tout recommencer 
ils émergent à temps en dehors de l’histoire 
et bâtissent la forme qui demeurait cachée. 

Parte 12

ASSOMBRO
O assombro de ti está em todos os lugares 
nas palavras que invento 
nos sons que desenho 
no sonho que percorro 
na luz que me fascina 
no corpo que me retém 
tu és o ar que respiro a cada momento 
naquele que voo e me liberto 
tu és a mão da minha mão 
tu és a voz do pensamento 
demente eu quero ser a tua semente 
crescermos em todos os lugares 
até não podermos mais.

Parte 13

TOPIQUE OMNISCIENTE LA FORME
Topique omnisciente la forme / for me ethnic simoon equipotent is to all differences belonging to human humanity humming unity producing multiplicity unanimously keeping inseparably the diversity of harmony within the union of the unison united son of the one sound reason of resonance resuming whom to hum.

That’s clear! That’s clear?

Dark’s clear!

texto original de Miguel Azguime

Um projecto Miso Ensemble / Miso Music Portugal / Sond’Ar-te Electric Ensemble

Encomenda do Warsaw Autumn Festival e Ernst von Siemens

 
 
 
 

BIOGRAFIAS

PEDRO NEVES

Pedro Neves é actualmente  director artístico e maestro titular da Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Foi maestro titular da Orquestra Clássica de Espinho. da Orquestra do Algarve entre 2011 e 2013, e maestro associado da Orquestra Gulbenkian entre 2013 e 2018. É convidado regularmente para dirigir a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Orquestra Filarmonia das Beiras, a Orquestra Clássica do Sul, a Orquestra Clássica da Madeira, a Orquestra Sinfónica do Estado de São Paulo, a Orquestra Sinfónica de Porto Alegre, a Orquestra Filarmónica do Luxemburgo e a Real Filarmonia da Galiza.

No âmbito da música contemporânea, tem colaborado regularmente com o Sond’Ar-te Electric Ensemble — com o qual realizou estreias de vários compositores portugueses e estrangeiros e digressões pela Coreia do Sul e Japão —, o Remix Ensemble Casa da Música, o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa e o Síntese Grupo de Música Contemporânea.

É fundador da Camerata Alma Mater, que se dedica à interpretação de repertório para orquestra de cordas e com a qual tem recebido uma elogiosa aceitação por parte do público e da crítica especializada.

Pedro Neves iniciou os estudos musicais na sua terra natal. Estudou violoncelo com Isabel Boiça, Paulo Gaio Lima e Marçal Cervera, respectivamente no Conservatório de Música de Aveiro, na Academia Nacional Superior de Orquestra em Lisboa e na Escuela de Música Juan Pedro Carrero em Barcelona, com o apoio da Fundação Gulbenkian. No que diz respeito à direcção de orquestra, estudou com Jean-Marc Burfin (obtendo o grau de Licenciatura na Academia Nacional Superior de Orquestra), com Emilio Pomàrico em Milão e com Michael Zilm, do qual foi assistente. O resultado deste seu percurso faz com que a sua personalidade artística seja marcada pela profundidade, pela coerência e pela seriedade da interpretação musical.

MIGUEL AZGUIME

Compositor, poeta, performer, Miguel Azguime nasceu em Lisboa em 1960. Em 1985, fundou com Paula Azguime o Miso Ensemble, projecto de autor singular, largamente reconhecido pelo público e pela crítica, com um percurso de várias centenas de concertos realizados por todo o mundo.

Miguel Azguime obteve vários prémios de composição e de interpretação e o seu catálogo compreende mais de 100 obras para as mais diversas formações, instrumentais e/ou vocais, com e sem electrónica.

Recebeu encomendas de inúmeras instituições públicas e privadas, nacionais e estrangeiras e a sua música tem presença regular nalguns dos mais importantes festivais internacionais de música contemporânea, dos EUA ao Japão, pela mão de prestigiados maestros, solistas e agrupamentos.

Miguel Azguime foi compositor residente em numerosos estúdios de criação internacionais e em 2006 foi compositor residente do Kunstlerprogram da DAAD em Berlim, onde residiu até 2012. Obteve com a sua Nova Op-Era “Itinerário do Sal”, o prémio Music Theatre NOW do Instituto Internacional de Teatro da UNESCO e o Prémio Nacional Multimédia.

À sua intensa actividade como compositor, poeta e performer, vem juntar-se uma constante dedicação na divulgação e fomento das novas linguagens musicais e das relações da música com a tecnologia. Neste sentido tem multiplicado as acções, destacando-se a fundação da Miso Music Portugal (centro de criação e produção musical), a fundação do Centro de Investigação & informação da Música Portuguesa (centro dedicado ao património musical português) e a fundação do Sond’Ar-te Electric Ensemble.


ANDREA CONANGLA

Soprano portuguesa/catalã Mestranda em Música Contemporânea da Staatliche Hochschule für Musik und Darstellende Kunst Stuttgart, Alemanha, na classe da Prof. Angelika Luz.

Começou os estudos musicais em 2005, primeiro com violino, trompete e experimentando em 2008 com o canto. Estudou na Universidade de Aveiro (UA), Portugal, e terminou a Licenciatura no Prins Claus Conservatorium, Países Baixos, ao abrigo do programa ERASMUS. Andrea Conangla é Mestre em Ensino de música pela UA onde desenvolveu uma abordagem criativa ao ensino de voz para atores através de movimento e improvisação. Andrea foi  professora convidada voz para atores na Escola Profissional Balleteatro no Porto.

Em 2013 Andrea foi laureada com o 1. lugar no Concurso Internacional de Música Santa Cecília, Porto, o que a levou a apresentar vários recitais de Lied em Portugal. O interesse pela música contemporânea surgiu aquando do convite do percussionista Luis Bittencourt para criar um duo. Juntos tiveram a oportunidade de realizar diversas estreias nacionais e mundiais, desempenhando um papel importante na divulgação de música contemporanea junto de públicos mais jovens.

Desde então, Andrea tem-se focado no aspeto colaborativo e interdisciplinar da música, nomeadamente trabalhando com jovens compositores, projetos educativos e trabalho de ensemble. Uma parte importante da educação de Andrea Conangla foram várias academias de jovens artistas, de onde se destacam Tenso Europe Chamber Choir e Academy Voix Nouvelles (2019). 

Andrea Conangla reside em Stuttgart, Alemanha, e tem estado ativa internacionalmente como solista em reportório clássico, bem como em projetos de música de câmara dedicados a música contemporânea. As Paixões de Bach, o Requiem de Brahms e O Messias de Händel, representam grande parte do seu calendário, bem como Bernhard Lang, John Cage, G. Aperghis, i.a., provando a sua flexibilidade, adaptabilidade e controlo vocal. 

CAMILA MANDILLO

Residente em Berlim, a soprano portuguesa Camila Mandillo é bolseira do programa Yehudi Menuhin Live Music Now Berlin e.V. e da Fundação Calouste Gulbenkian.

A par ambos os cursos de canto e de guitarra clássica, integrou desde cedo a dança e o teatro nos seus estudos, o que a levou a desenvolver uma especial ligação entre a expressão física e vocal. 

Apresenta-se regularmente em recitais de música de câmara e Lied; produções de ópera e música contemporânea - campo no qual tem vindo a desenvolver particular notoriedade.  Estreou-se como solista na Deutsche Oper Berlin, na estreia de "Neuen Szenen IV" - produção inserida na programação de 2018/19 do teatro de ópera alemão. Iniciou os seus estudos musicais na Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa onde em 2014, terminou ambos os cursos de canto e de guitarra clássica. Foi membro fundador, solista e assistente de direção artística do Coro Infantil da Universidade de Lisboa. 

Como solista, tem estado envolvida em diversos concertos e masterclasses, nomeadamente com Deborah York, Jill Feldman, Sarah Maria Sun, Janet Williams, Scot Weir e Robert Dean Smith, entre outros. 

No ramo da ópera tem vindo a interpretar diversos papéis entre os quais se destacam: Susanna em “Le Nozze di Figaro” de Mozart, (como participante da "Saluzzo Opera Academy" (SOA) em Itália); Morgana em “Alcina” de Handel (Eisler Studiosaal, Berlin); Belinda em “Dido and Aeneas” de Purcell e Premier Cousin em “La Périchole” de Offenbach (Ehemaliges Stummfilmkino Delphi, Berlin); Menina Gotinha em “A Menina Gotinha de Água” de Miguel Azguime; soprano solista em “Canti D’Amor II Musiek Jongenopera Transparants” sobre madrigais de Monteverdi (De Singel, Antuérpia e Theater Louis Jouvet, Paris). 


ANDRÉ HENRIQUES

É diplomado em Canto pela Escola de Música do Conservatório Nacional (classe do prof. António Wagner Diniz) e foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian para estudar Opera Performance na Royal Welsh College of Music and Drama (onde estudou com Donald Maxwell). Actualmente, aperfeiçoa-se regularmente com Lúcia Lemos. 

De entre os vários projectos em que participou, destaque para a estreia absoluta d' A Canção do Bandido (de Nuno Côrte-Real/Pedro Mexia e encenação de Ricardo Neves-Neves), onde cantou o papel de Macaco, numa co-produção entre o Teatro Nacional de São Carlos e o Teatro da Trindade/Força de Produção, o papel titular de Don Giovanni de W. A. Mozart com a Orquestra Metropolitana de Lisboa (direcção de Pedro Amaral) e as partes de baixo-barítono de Die Schopfung de Haydn na F.C.Gulbenkian (dir. Leonardo Garcia Alarcón). 

Recentemente, participou numa gala de Ópera dedicada a Mozart com a Orquestra Gulbenkian (direcção de Diogo Costa), estreou o papel de Bellini na ópera O Anel do Unicórnio (Martim Sousa Tavares e Ana Lázaro, encenação de Ricardo Neves-Neves) e num recital dedicado a Camões inserido no ciclo Um Cancioneiro Português, organizado por João Paulo Santos.


Sond’Ar-te Electric Ensemble

Fundado em julho de 2007, o Sond’Ar-te Electric Ensemble é uma proposta inovadora no panorama português e euro-peu contemporâneo na medida em que conjuga de forma estruturante 7 instrumentos acústicos (flauta, clarinete, violino, viola, violoncelo, piano, percussão), muitas vezes também com voz, que integram este ensemble com

os meios eletroacústicos desenvolvidos pelo Miso Studio.

O Sond’Ar-te Electric Ensemble, composto por uma jovem geração de instrumentistas excecionais, com carreiras indivi-duais como solistas, ganhou desde a sua estreia em setembro de 2007 um notável nível artístico e já é uma referência em Portugal e no estrangeiro.

Paralelamente ao fomento, desenvolvimento e à interpretação de um novo repertório, o Sond’Ar-te Electric Ensemble assenta também a sua prática no importante repertório da música do século XX com a interpretação de algumas das obras emblemáticas que atravessam a história musical do século passado. Refira-se ainda, como ponto central da atividade do Sond’Ar-te Electric Ensemble o programa de encomendas de novas obras musicais (47 obras encomendadas entre 2007 e 2020), o concurso internacional de composição, o fórum para jovens compositores, o de-senvolvimento de projetos de teatro musical e nova ópera e ainda diversos projetos pedagógicos e de sensibilização de novos públicos.

O Sond’Ar-te Electric Ensemble tem realizado desde a sua estreia numerosas apresentações, seja em Portugal seja no estrangeiro que o levaram por diversas vezes a Espanha, Polónia, França, Reino Unido, Alemanha, Coreia do Sul e Japão.