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DEPURAÇÕES PARA UM REGRESSO de João Quinteiro • 29 & 30

  • O'culto da Ajuda Portugal (map)

residência
“DEPURAÇÔES PARA UM REGRESSO” de João Quinteiro


Hermes, nove da noite, para saxofone tenor espacializado ao vivo e vídeo
Sísifo, cinco da tarde, para acordeão espacializado ao vivo e narrador
Euridice, sete da manhã, para percussão espacializada ao vivo e bailarina


João Quinteiro · espacialização ao vivo/ composição
Henrique Portovedo · saxofone tenor
Sinem Tas · realização vídeo
Fernando Brites · acordeão
Júlio Mesquita · actor/ narração
Marco Fernandes · percussão
Teresa Doblinger · bailarina/ coreografia
José Mário Silva · recitação

Este projecto não é uma ópera. “Depurações para um Regresso” apresenta três obras para instrumento solista espacializado ao vivo e performance (vídeo, narração e dança). A três obras apresentadas fazem parte das cinco peças para instrumento solista espacializado e performance que compõem o universo das dez obras satélite da ópera “REGRESSO”, cinco obras afectas a personagens da ópera (Eurídice, Penélope, Sísifo, Hermes e Prometeu) e cinco obras que envelopam os quadros e ambientes de cada personagem (quatro Madrugadas e um Crepúsculo).
Todas as obras deste projecto têm como ponto de partida os poemas homónimos de José Mário Silva, objectos que constituem a base do libreto da ópera.
Apesar do estabelecimento de relações tangenciais com a ópera, as obras satélite são objectos autónomos, com uma vida própria e pensados numa relação directa com os poemas do José Mário. Sendo o libreto uma adaptação criativa dos poemas, a criação das obras satélite constituiu uma parte fundamental de exploração, aprofundamento e desenvolvimento composicional de relações de intimidade sonora com a matéria prima dos textos, na sua versão original. O primeiro contacto com os textos do José Mario aconteceu em 2002, por fruto do acaso, pelo hábito antigo de virar páginas de livros desconhecidos, na livraria Pretexto, em Viseu. Desde então, o potencial de deslumbramento no quotidiano e a magia de contemplar o infinito nos detalhes da banalidade aparente, que o José Mário propõe ao povoar a Lisboa moderna de mitologia, tem alimentado a minha imaginação no lento processo de descobrir as personagens, os ambientes e os lugares do “REGRESSO”. Este projecto é um dos resultados desse processo.

João Quinteiro