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ZECA AFONSO - PARA DOIS VIOLONCELOS

  • Quintal da Música Odemira (map)

QUINTA-FEIRA 29 DE AGOSTO DE 2024

QUINTAL DA MÚSICA 

OS VIOLONCELOS DE JOSÉ AFONSO

Pedro do Carmo
Lluïsa Paredes
Eva Aguilar

 

Traduzir os valores de Abril presentes na música de José Afonso: a responsabilidade de defender valores maiores que o indivíduo; uma noção coletiva da música e da arte, independentemente da origem ou condição.


ZECA AFONSO - PARA DOIS VIOLONCELOS

No âmbito das Comemorações Oficiais dos 50 Anos do 25 de Abril, em parceria com a Direcção-Geral das Artes e a Associação José Afonso (AJA), os Violoncelos de José Afonso por este meio apresentar umaproposta cultural: “Zeca-Afonso – Estudos Musicais para Dois Violoncelos”.

Trata-se de um projeto que tem como missão divulgar, ensinar e interpretar a obra de José Afonso, figura incontornável no meio musical português, cujo pensamento transmitido na sua música teve um impacto direto na revolução de Abril e na implementação do pensamento democrático e cidadão em Portugal.

Através do arranjo de parte da obra do cantautor para dueto de violoncelo- mantendo as característicasmusicais que representam a sua originalidade – é possível transmitir o seu legado através de um instrumento não ligado à música popular portuguesa, mas capaz de expressar as diferentes facetas musicais presentesna música de José Afonso. Dada a versatilidade do violoncelo e o facto de atualmente estar presente na maioria dos géneros musicais, será possível incluir estes arranjos em diferentes tipos de programação (desde o concerto informal ao festival de música clássica; dos espaços independentes de música experimental às salas de espetáculo ou bibliotecas municipais).

Este projeto é baseado numa ideia do violoncelista Paulo Gaio Lima, referência nacional no ensino do violoncelo em Portugal. A sua vontade era tocar e disseminar a música de José Afonso de uma forma global - contando quem foi Zeca e porque lutou Zeca- mas sempre pedagógica, que pudesse incluir na sua prática musical do dia a dia enquanto professor de violoncelo. O facto destes arranjos serem duetos para violoncelo é a sua inspiração na prática dos antigos mestres violoncelistas que, ao comporem estudos para os seus alunos, incluíam uma segunda voz de acompanhamento, tocada pelo próprio mestre (num fraterno gesto de apoio para com o aluno, no momento de grande pressão característico da performance).

Estes arranjos são assim pensados como estudos (peças musicais que abordam uma certa técnicainstrumental, com o objetivo de adquirir o seu domínio), mas que vão além da técnica, para que possam traduzir os valores de Abril presentes na música de José Afonso: A consciência do nosso legado e papelcultural; a responsabilidade de defender valores maiores que o indivíduo; uma noção coletiva da música e da arte, independentemente da origem ou condição.

OS VIOLONCELOS DE JOSÉ AFONSO

Equipa Artística

Pedro do Carmo

Iniciou os estudos musicais em violoncelo aos 5 anos deidade na Academia de Música de Lisboa na classe daProf. Daniela de Brito, mudando-se depois para a suaclasse na Academia Musical dos Amigos das Crianças. Prossegue os estudos na Escola Superior de Música deLisboa, onde estudou com o Prof. Paulo Gaio Lima eposteriormente com o Prof. Levon Mouradian, acabando a licenciatura no HKU Utrechts Conservatorium comJeroen den Herder. Em Utrecht, teve a oportunidade de trabalhar com Sebastian Koloski e Viola de Hoog.

Ao longo do percurso académico, tem tido a oportunidade de trabalhar com nomes conceituados  do  violoncelo  em  diversas

masterclasses, tais como: Xavier Gagnepain, Johannes Moser, Maria de Macedo, Daniel Grosgurin, Tsuyoshi Tsutsumi, Claudio Bohórsquez, Márcio Carneiro, Varoujan Bartikian, Filipe Quaresma, MarcoPereira, Jed Barahal, Lluis Claret, Jeroen den Herder, Vivien Mackie, Leonid Gorokhov, Job ter Haar, Ophélie Gaillard, Marc Coppey, Gideon den Herder e Kyril Zlotnikov.

Foi membro efectivo da Orquestra Sinfónica Juvenil (OSJ), entre 2016 e 2021, com a qual participou numadigressão a Macau. Foi bolseiro da OSJ na temporada 2020-21 pela Fundação EDP, onde teve oprivilégio de tocar a solo com a orquestra. É também, membro da Jovem Orquestra Portuguesa desde2017, com a qual fez várias digressões, nomeadamente a Berlim e à Roménia, bem como váriasapresentações pelo país.

Tem aprofundado a prática de música contemporânea e música mista, sendo membro do LabMMx José Luís Ferreira – orientado pelo compositor Jaime Reis, e da academia do Sond’Ar-te Eletric Ensemble, guiadapelo compositor Miguel Azguime e pelo maestro Pedro Neves.

Atualmente, estuda na Codarts Rotterdam, Países Baixos, no segundo ano de mestrado em performance. É aluno do Prof. Jeroen den Herder.


Lluïsa Paredes

Nasceu em 1999 em Girona, Catalunha (Espanha). Iniciou os estudos musicais aos 6 anosna Escola de Música de Sant Gregori (Willems education) em piano, começando no anoseguinte os estudos em violoncelo na mesma instituição.

Em 2011 entrou no Conservatori de Música Isaac Albéniz de Girona, onde estudou violoncelo como professor Josep Bassal, piano com o professor Carles Lama e aulas de canto com a professora Carmen Rodríguez.

Estudou também a técnica de composição Contraponto com o professor Miquel Sunyer, ganhando o gosto pelos arranjos e composições musicais para o seu instrumento de eleição, o violoncelo.

Em 2017 inicia uma nova etapa da sua carreira artística em Lisboa, onde ingressa na licenciatura em performance na Academia Nacional Superior de Orquestra com os professores Paulo Gaio Lima e Marco Pereira, terminando em 2020. Aqui integrou projetos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, enquanto reforço.

Para além do percurso académico, participou em vários projetos artísticos de diversas áreas, tais como o filme “Absència” (trailer: https://lluisaparedes.cat/ composicions/absencia/), e em 2014 e o filme “El nostre llarg silenci” (trailer: https://lluisaparedes.cat/composicions/el-nostre-llarg-silenci/); participação em espetáculos de teatro com o grupo "Cor de Teatre", como “Ombres i llums (trailer: https://vimeo.com/671714626); A composição original da banda sonora do documentário “A la recerca del jo” (trailer: https://lluisaparedes.cat/composicions/la-recerca-del-jo/) em 2018; A participação no espetáculo “Entre el tot i el res” (see a resume at: https://lluisaparedes.cat/composicions/entre-el-tot-i-el-res/).

Atualmente frequenta o mestrado em performance na Codarts Rotterdam (Países Baixos), onde estuda com oprofessor Jeroen den Herder.

 

Eva Aguilar

Eva Aguilar (2002) é uma jovem artista portuguesa, licenciada em composição pela Escola Superior de Musica de Lisboa, segundo orientação de Luís Tinoco, Carlos Caires e Jaime Reis. Paralelamente, enquanto intérprete,estuda canto e violoncelo e integra o Coro Juvenil da Universidade de Lisboa, dirigido por Erica Mandillo, tendo participado em festivais em Vesoul, Turim, Basileia, Estrasburgo, Zurique, Perpignan, Bilbao, Cork, Amsterdão e concertos na Fundação Calouste Gulbenkian (com a pianista Maria João Pires), Casa da Música, Centro Cultural de Belém, Teatro São Luiz,Assembleia da República, Panteão Nacional, entre outros. Entre 2020 e 2023, selecionada pelo Plus-Minus Ensemble (UK), Divertimento Ensemble (IT), Ensemble Orbis (FR),HERMESensemble (BE), Centre Henri Pousseur (BE), Festival MIXTUR (ES), BoCA Sub 21 - Biennial of

Contemporary Arts, Arte no Tempo, Sentidos Ilimitados, Projecto DME, Companhia de Dança de Almada, Companhia Nacional de Bailado (PT), para escrever obras tocadas em espaços/eventos como: Festival Dialogues (Edimburgo), Festival Rondò 22 (Milão), Festival DME (Lisboa Incomum), FestivalMúsica Viva (O’Culto da Ajuda), COMPOTA (espectáculos de improvisação multidisciplinar), Centro deArte Contemporânea de Almada, Teatro Aveirense, Estúdios Victor Córdon, Aula Magna da Reitoria daUniversidade de Lisboa, Iglesia de San Juan Bautista (Pasaia/Leioa), Castelo de Alden-Biesen(Limburgo), Pôle Pixel

- GRAME - centre national de création musicale (Lyon), entre outros. Recentemente convidada para ser ‘Compositora em residência’ na Jovem Orquestra Portuguesa, com uma nova obra a ser estreada na Konzerthaus (Berlim), em 2024.